sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Sonhos

"...O que é um sonho ruim,
e o que é um sonho bom.
Que diferença? a vida é igual..." (Os Pássaros - Rodrigo Amarante)

Quando eu era mais novo eu não gostava muito de sonhar. Vez por outra eu tinha um "sonho ruim" e perdia meu sono. Eu pedia para não sonhar então...
Hoje eu vivo o que pra muitos é um sonho. Estar na Europa, estudar numa Faculdade conceituada, viajar, conhecer pessoas...

"...Coimbra é uma lição
De sonho e tradição
O lente é uma canção
E a lua a faculdade
O livro é uma mulher
Só passa quem souber
E aprende-se a dizer saudade." (Coimbra - José Galhardo/Raul Ferrão)

E por saudade eu passei a gostar de sonhar. É quando me encontro com quem aqui não está.

"Eu aflito e só,
Confuso e sem você por aqui.
Assim eu sonhei
Mas isso eu não quis.
Que diferença? o dia se fez
Assim." (Os Pássaros)

Eu não estou só, se o sonho é igual à vida, viverei um pouco desse sonho, como se todos estivessem aqui no meu lar da Antero de Quental. E vamos enfrentando juntos em sonho essa nova realidade, sem saber o que nos aguarda.

"I know, nobody knows
Where it comes and where it goes
I know it's everybody's sin
You got to lose to know how to win
...
Sing with me
Sing for the year
Sing for the laughter n' sing for the tear
Sing with me
If it's just for today
Maybe tomorrow the good lord will take you away

Dream on
Dream until your dream comes true" (Dream On - Aerosmith)

Então... chegou a hora de sonhar...

"...Quem bate aí?
Se é pra eu te ver então deixa eu dormir." (Os Pássaros)

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Festa das Latas

A Festa das Latas (http://www.academica.pt/Default6.aspx?tabId=1945) é uma das maiores festas dos estudantes de Coimbra. Só perde pra Queima das Fitas que é em maio. Acontecem vários eventos para integrar os calouros (caloiros, como dizem), que têm um padrinho ou madrinha veterano. Hoje vai ser o último dia de shows e ontem, como eu disse no post anterior aconteceu o cortejo, que é a verdadeira calourada. Por conta do cortejo, inclusive, o reitor leberou as aulas da tarde de ontem. A cidade aqui para para acompanhar o movimento. O trânsito é alterado e até os ônibus mudam o itinerário. Os alunos vão para as ruas. Os calouros fantasiam-se das coisas mais engraçadas, amarram latas nos pés e saem com penicos na mão pedindo dinheiro, enquanto, os pais, orgulhosos, tiram fotos deles nessa situação constrangedora. Os vetaranos, vestidos com seu traje acadêmico (Harry Potter), comandam o ritual, que é regado a muita bebida. Eles se concentram próximo a praça D. Diniz, entre as faculdades, e descem a rua dos arcos em direção a praça da República, depois vão até a baixa onde vão se banhar na fonte que fica próxima a Câmara Municipal, é o batismo. Interessante também é como conseguem tantos carros de supermercado, onde levam as bebidas, ou brincam de Jackass, jogando um calouro dentro do carrinho ladeira abaixo. Os carrinhos não são muito resistentes, perguntem ao Emanuel o porquê. Depois de passar esse mundo de estudantes, fazendo essa algazarra, as ruas todas estão um lixo. É garrafa quebrada, sujeira, jaulim dos caloiros... Mas em volta de todo o evento tem um mega aparato. Tem ambulância pra levar os que exageraram na bebida e tem uns carrinhos de limpeza bem eficientes que varrem a cidade toda. Depois do cortejo, o pessoal vai pros shows que acontecem do outro lado do rio Mondego. São montadas duas tendas enormes. Numa tem um palco bem grande onde as bandas tocam e na outra tem música eletrônica. Incrível o gosto pra música ruim dessa galera. Ou então eu fui no dia das piores bandas porque era uma coisa meio sertanejo piorado com letras ridículas. A gente até queria esperar pra ver a Orxestra Pitagórica, mas o cansaço não deixou, afinal depois teríamos que atravessar a ponte e subir toda a ladeira pra chegar em casa.
Hoje de manhã começaram as apresentações dos papers de Instituições do Poder Político. Um verdadeiro terrorismo. Ao contrário dos de Direito Internacional, que o professor é tranquilo, nesse a Dra. Benedita faz críticas mesmo, diz tudo que ela achou ruim do trabalho. Mas isso, é até bom, porque o aluno corrige o que errou num trabalho seguinte. O terrível mesmo foram os "colegas" de turma. O pessoal aparentemente queria ferrar com quem estava apresentando. Muita gente metida...

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Ufa!

Primeiro paper entregue e apresentado! Ufa!! Demorei um pouco pra postar aqui por conta disso. E porque a internet aqui fica falhando com muita frenquência. É um problema que estamos tentando resolver.
Está a acontecer aqui a Festa das Latadas. Algo como as boas vindas aos calouros. Lembrando que os períodos aqui se iniciam no meio do ano, na mesma época que se iniciou o meu mestrado também...
Durante esses dias está tendo alguns shows nessa festa. Eu não fui ver o local porque no dia que os meninos foram eu fiquei encaveirado com o Direito Internacional, mas eles disseram que é uma coisa estilo Piauí Pop...
Hoje vai ter o cortejo na faculdade com todos os alunos. Deve ser interessante. Veremos como será...

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Um mês

Um mês em Portugal...
E eu nem sei dizer se parece muito ou pouco tempo.
Durante esse mês uma música ficou na minha cabeça, porque os acordes iniciais dela pareciam com um toque do celular do Yuri. A música: Hey that's no way to say goodbye, de Leonard Cohen.

"(...)But now it's come to distances
And both of us must try,
Your eyes are soft with sorrow,
Hey, that's no way to say goodbye.
(...)
Our steps will always rhyme,
You know my love goes with you
As your love stays with me,
It's just the way it changes
Like the shoreline and the sea..."

Viagem sacro-medieval

Deixei de lado o Direito Internacional pra fazer uma viagem lusitana por Castelos e Mosteiros nesse fim de semana. Alugamos dois carros e sábado de manhã saímos rumo a terra do Marquês mais famoso de Portugal. No meu carro estava Yuri no volante, Emanuel de co-piloto, Sarah (paraibana) e Alice (gaúcha) atrás; O outro carro contava com André (o caioca) guiando, Berto (o boliviano) e as piauienses Isabella, Nayd e Moema.
Chegando em Pombal visitamos as ruínas de um Castelo do séc. XII. Bem interessante, achamos, mas era apenas o início. Próxima parada: Mosteiro de Batalha (Convento de Santa Maria da Vitória), construído a mando de D. João I em agradecimento à vitória na Batalha de Aljubarrota contra os castelhanos, no séc. XIV. O Mosteiro demorou quase dois séculos pra ser construído e é simplesmente incrível. É enorme, deve caber a população de Batalha todinha lá dentro (tudo bem que a população da cidade não é muito elevada, mas o lugar é grande mesmo). A arquitetura do Mosteiro é muito bonita, cheia de detalhes...
Depois do almoço, fomos a Alcobaça conhecer mais um Mosteiro. O de Alcobaça começou a ser construído no séc. XII, talvez por isso não seja tão rico em detalhes como o de Batalha. Mas é também belo e abriga os sarcófagos de D. Inês de Castro e D. Pedo I (de Portugal, não o I do Brasil). Lembrei das aulas de literatura, quando a gente leu o relato de Fernão Lopes sobre o episódio da Rainha póstuma.
Chegando a noite fomos para Leiria, onde iríamos dormir. Ninguém tinha pesquisado nada sobre a cidade, achávamos que não tinha nada pra se ver lá. Ledo engano. A cidade era muito bonita, bem arrumadinha e da janela do albergue a gente podia ver um Castelo iluminado muito mais bonito que o de Pombal. Descobrimos também que a cidade ambientou uma das mais famosas obras da literatura portuguesa: "O crime do padre Amaro". Agora uma coisa eu constatei: apesar da cidade ser bem bonita, as pessoas de lá são bem feias. Amélia, a personagem do livro de Eça, devia ser a única mulher bonita da cidade na época pro padre Amaro ter querido algo. O recepcionista da Pousada da Juventude parece muito um outro personagem de literatura/cinema: o Drácula.
No domingo iríamos continuar nossa viagem com destino a Tomar. Antes do pequeno almoço (café-da-manhã), um companheiro de quarto acordou com o barulho que a gente fez quando nos levantávamos. Era um barbudo estilo Osama. Foi tomar banho e quando voltou, na nossa frente, largou a toalha, vestiu uma calça (sem cueca, segundo o Berto) e perguntou de onde a gente era, com um sotaque diferente. Ele disse que era de Coruña, na Espanha, mas que não se considerava espanhol. "Nós temos três grupos terroristas". O visual denunciava. O barbudo era um pintor terrorista separatista. "Me cago em españa". Nesse momento o Berto já tinha saído do quarto, deixando só eu e o Yuri com o terrorista, que vestiu uma camiseta (numa manhã de 9ºC), pegou umas pinturas e deu tchau. Quando ele ia saindo eu caí na besteira de desejar boa sorte. Ele voltou. "Não acredito na 'suerte', não acredito em 'Diós'". E passou a explicar sua concepção de vida. "Me cago en la suerte, me cago en Diós"...
Depois de conhecer o terrorista fomos visitar o Castelo de Leiria, do séc. XII, mas com algumas características também de séculos posteriores. Na torre do Castelo funciona um pequeno museu, com ferramentas de guerra dos bélicos portugueses. Do alto da torre é possível ver o estádio de Leiria. Do alto parece ser feito de lego. Muito legal.
Seguimos para Tomar, onde visitamos o Convento de Cristo, que pertenceu à Ordem dos Cavaleiros Templários. Incrível!!! No núcleo do Mosteiro fica a Charola, a cabeceira da Igreja. É muuuito bonito. Sem noção. O convento é todo rico em detalhes, esculturas, cruz de malta em todo lugar e muitos quartos. Devia morar uma galera ali. O Castelo dos Templários fica ao lado, mas não é permitida a visitação.
Hora do almoço. Todo mundo com fome, devorando batata-frita e ninguém sabia um lugar bom e barato em Tomar pra comer (talvez só se beba lá =P). Achamos um lugar que pareceu bom, no sistema pão + sopa + prato + refrigerante + sobremesa = €6,50. Eu comi um porquinho, mas a maioria quis comer um "peixe", segundo a atendente. Pediram um "choco", sem saber do que se tratava. O "choco" era na verdade um cefalópode. Ou seja, o pessoal ficou mesmo na sopa com pão e batata-frita. Sorte minha ter comido o porco de sempre (aqui praticamente só se come porco).
Depois do almoço fomos para Fátima, que ficava do lado de Tomar. Uma multidão. A Igreja é totalmente diferente de todas as outras antigas que visitamos antes, mas também muito bonita. Estava tendo a Procissão do Santíssimo quando estávamos lá. E muita gente indo de joelhos em direção à Igreja. Não concordo com esse martírio e auto-flagelação, mas não discuto fé. Deram um livreto com a história de Fátima. No livreto, atribuem essa frase à mãe de Jesus: "Tereis muito de sofrer, mas a graça de Deus ajudar-vos-á e Eu dar-vos-ei a força necessária". No ano de 1917, quando ocorreu a aparição, em um período que a Europa passava pela I Grande Guerra, é compreensível que seja atribuída à Santa essa frase, só não acho que isso queira dizer que é sofrendo que se encontra a salvação. Outra frase curiosa que atribuem à Fátima: “a Rússia converter-se-á e haverá Paz; senão, a Rússia espalhará os seus erros pelo mundo, promovendo novas guerras e perseguição à Igreja (…) O Santo Padre consagrar-me-á a Rússia, que converterá, e será dado ao mundo algum tempo de Paz”. Parace bem político isso, não?
Deixando de lado a polêmica, achei bom estar em Fátima, porque sei que era vontade de minha mãe e para ela rezei uma Ave-Maria, porque sei que isso a faz feliz. Agora espero que depois dessa viagem eu tenha uma inspiração real e divina pra fazer um bom paper de internacional público.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Escher vs. Brasil

Ontem eu estava bem feliz. Depois de um bom tempo procurando uma decisão de um Tribunal Internacional pra fazer um paper, eu finalmente tinha achado uma ideal. O caso era Escher vs. Brasil, no qual nosso querido país foi condenado pela violação de direitos humanos relativos a intimidade e liberdade de associação devido uma escuta telefônica ilegal e divulgação do material após uma edição tendenciosa na imprensa. Não vou explicar o caso, mas quem se interessar, acessa aqui: http://www.corteidh.or.cr/docs/casos/articulos/seriec_199_por.pdf
O caso era ótimo, porque é bem recente, sobre uma matéria que está sendo muito discutida no Brasil, que pode ser muito útil pro meu estudo em Direito Constitucional (área do meu mestrado), e ainda por cima tem toda a decisão disponível em português. Eu já tinha achado um bom material falando sobre a condenação do Brasil, já tinha até esquematizado o trabalho.
Bem... Estava hoje na Faculdade pegando um livro quando vi uma colega da matéria de Direito Internacional Público devolvendo um. Olhei rapidamente e vi o título: Interceptações Telefônicas. Ops... -Ei, qual é o caso você vai apresentar? A resposta: Escher vs. Brasil. Ela ia apresentar o mesmo caso que eu estava pesquisando, só que uma semana antes de mim. E pior, ela disse que outra menina que vai apresentar no mesmo dia que ela pegou o mesmo caso, só que essa outra vai abordar mais a liberdade de associação.
Resultado: vou ter que procurar outra decisão se eu não quiser fazer um repeteco. Isso é que dá assistir aula de mestrado em Coimbra numa turma que praticamente só tem brasileiro.
O mais chato é que como eu já tinha agilizado algo desse trabalho, tinha combinado de viajar com o pessoal amanhã pra conhecer umas cidades com castelos medievais. Hoje a noite eu tenho que achar um belo caso se eu ainda quiser me aventurar nesse fim de semana.

domingo, 11 de outubro de 2009

Coragem

Nada de viagens... Ficamos o fim de semana todo em Coimbra. A ideia é criar coragem pra estudar.
Tá difícil, mas vamos lá Canotilho...

sábado, 10 de outubro de 2009

Timãaaaaao

Três notebooks, duas tvs e quatro brasileiros fanáticos por futebol tentando assistir os jogos do campeonato brasileiro e ao mesmo tempo acompanhando a seleção portuguesa na tv.
Yuri e Berto acompanhando FlaxSão Paulo, o André acompanhando o VascoxPonte...
Pausa! Goooooooooolllll Liedshoooow o Levizinho faz pra Portugal! Portugal 2x0 Hungria.
Continuando... E eu acompanhando a primeira vitória do Corinthians desde que saí do Brasil!
Os jogos do Brasil acabaram há pouco, o de Portugal já tá no fim.
Nesse momento estamos resolvendo se vamos viajar amanhã pra Tomar, cidade com castelos e onde cavaleiros templários viveram, ou faremos outra coisa.
E o estudo? É... boa pergunta... Mas vamos agilizar isso também...
Goolll Portugal faz mais um...o jogo vai acabar...

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Ave ouro Aveiro!

Depois de um tempo sem postar nada por problemas na internet ou questões acadêmicas vou contar um pouco da viagem para Aveiro do último sábado. A pedidos, eu liberei os comentários...
Foi mais uma viagem de alfa pendular. Definitivamente não era a melhor opção por conta do preço, mas quando a gente foi comprar passagem no comboio intercidades não tinha mais vaga. Lá se foram uns euros a mais...Chegando em Aveiro compramos logo o bilhete de volta, três vezes mais barato, no bom intercidades.
Aveiro é uma cidade muito simpática. A prefeitura disponibiliza bicicletas de graça, que chamam de Buga, pra quem quiser andar pela cidade. Assim, como uma gangue, saíram uns 15 brasileiros andando de bicicleta, acompanhando os canais (a cidade é uma Veneza Portuguesa) em um turismo bem cristão.
Um doce famoso da região é o chamado "ovos moles". Experimentamos logo na primeira padaria que vimos. Já comi coisas melhores, valeu a experiência...
Visitamos o Museu de Aveiro (http://www.imc-ip.pt/pt-PT/museus_palacios/ContentDetail.aspx?id=1103), onde antes funcionava um convento. Era arte sacra de todos jeito. Pintura, escultura e ouro... Tinha uma capela lá com as paredes, teto, tudo de ouro e uns azulejos lusitanos...
Ainda visitamos uma Igreja bem antiga, com muito ouro e ostentação também. Uma Sra. que sentada logo na entrada da Igreja tirava as dúvidas dos curiosos turistas disse que no século XVIII havia tanto ouro que não se sabia onde pôr, foram parar nas paredes... Se me permitem, mais um momento Pessoa neste Blog. Desta vez, com uma paródia pitagórica:

Ó paredes d'ouro, quanto do teu metal
Foi roubado por Portugal!
Da colônia Brasil, quanto ouro levaram,
Quantos índios em vão mataram,
Quantos negros tiveram de escravizar
Para que pudesse o luso rezar!

Depois do turismo sacro, que espero um dia fazer com meus pais, navegamos pelos canais de Aveiro numa espécie de gôndola, que em outros tempos era usada pra transportar sal, tomando uma taça de espumante português, porém, dessa vez, dispensamos os "ovos moles" ofertados.
Visitamos ainda o Jardim Dom Pedro V, que foi nosso D. Pedro I. Boa opção pra fazer cooper ao redor de um lago. Por fim, um jantar no Shopping Forum, num restaurante que oferecia "comida brasileira". Eu, Yuri e André comemos uma boa picanha com ovo (frito)...

Portugal dos pequeninos

Evidentemente muitas coisas em Portugal são bem diferentes, apesar de falarmos o mesmo idioma, com sotaque e expressões diversas, é claro... E como ainda não conheci outros países da Europa é mais fácil enxergar o que é díspar aqui.
Mas é possível perceber muita coisa que une Portugal a sua antiga colônia. Herdamos não só o idioma e o sangue, alguns aspectos, bons ou ruins, são comuns a brasileiros e lusitanos.
A burocracia é bem semelhante, as vezes é até mais exagerada nessas terras.
Em alguns momentos tenho a sensação que minhas raízes realmente são daqui. Olhando para os portuguêses eu descubro o porquê dessa minha altura privilegiada, por exemplo. Aqui a média da estatura das pessoas não é muito elevada. Até os brasileiros que aqui conheci, o carioca André e o candango Márcio são baixinhos. Inclusive, a Xuxa faz sucesso aqui, vi uma galera vestida de Harry Potter (os alunos da UC usam trajes semelhantes aos de Hogwarts) cantando uma música dela, o que não é nenhum orgulho, para brasileiros ou lusitanos.
Quando eu fui pra Figueira da Foz comi uma sobremesa gostosíssima que, segundo entendi, tem o nome aqui de serradura (serragem, aquele pó de madeira serrada). Nada mais era do que o creme que a tia Dulce faz com bolacha Maria raspada. Falando na tia Dulce, na casa dela tem uma foto bem antiga da família reunida tocando, cada um com um instrumento, lembrando as tunas que tem por aqui...
Os móveis aqui lembram muito também os móveis da casa da minha bisavó. É muito comum existirem móveis bem antigos nas casas, afinal as cidades aqui são antigas e em outros tempos os móveis eram feitos pra durar...
Se aqui eu encontrei algumas coisas que eu me identifiquei, minhas raízes, em Aveiro eu encontrei o que Portugal trouxe do Brasil. Logo mais conto...

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

European research carrers

Quando eu e o Yuri fomos fazer nossa carteirinha de mobilidade, constando que a gente faz Mestrado na FDUC, nos convidaram pra um evento na Universidade celebrando o dia do investigador da UC em mobilidade. Eu nem dei muita bola, mas quando hoje a Daniela e o Emanuel chamaram pra ir pra uma reunião com os investigadores da faculdade eu resolvi ir.
Eu não fazia ideia que ia ser um negócio tão requintado. A reunião era num salão enorme, com lustres grandes, lembrando muito as salas do museu imperial de Petrópolis. Uma mesa compridíssima de reunião de chefes de Estado. Um microfone a cada duas cadeiras. Na ponta da mesa três mulheres presidindo a reunião: Filomena Marques de Carvalho, Audrey Winum e Ana Margarida Santos; na outra ponta Emanuel, uma mulher com um macbook e o Yuri.
Os temas: The mobility centre of the University of Coimbra - Where we stand and where we want to go; Euraxess: The European network of supporting services for researchers in motion; The Marie Curie actions. Exatamente, todas as discussões eram em inglês. Ou seja, eu estava numa sala estilosíssima, sentado numa mesa de conferência de chefe de Estado, discutindo sobre a mobilidade de pesquisadores europeus dentre outros países da europa e de pesquisadores de outras nações na europa, ouvindo tudo em inglês. "Europe needs research and research needs Europe", estava escrito no guia. Ainda ofereceram um coffee break e a marca da água mineral servida era penacova... Muito digno...

23:59:26

Esse era o horário indicado no cartaz para começar a apresentação da "Orxestra Pitagórica", uma das bandas mais irreverentes que eu já vi tocando. Os vários integrantes da banda estavam vestidos de árabes, alguns apenas com um pano cobrindo suas partes e um turbante na cabeça em plena escada monumental, numa noite fria (para um bom piauiense).
A banda ficou no "pé" da escadaria e a platéia preenchia cada degrau da escada de uma ponta a outra. Havia um tocando trombone, outro sax, outro bateria, outro baixo, outro guitarra, outro placas de trânsito, um maestro regendo a "orxestra", sendo a partitura alguma revista pornográfica e alguns figurantes carregando hastes com algum cartaz ou algo do tipo.
Os acordes da guitarra anunciaram, depois veio o trombone...Eles iniciaram o show com Stg. Peppers Lonely Hearts Club Band, uma paródia na verdade, em português... A música anunciou o que estaria por vir. Versões de músicas famosas em paródias bem engraçadas ironizando políticos ou simplesmente sendo cômicas. Além de Beatles, White Stripes, The Offspring e até Los Hermanos de Ana Júlia, entre outras bandas, ganharam versões.
Coimbra dias de terça e quinta é uma cidade de não quer dormir e eu que nem ia sair de casa ontem adorei ter visto esse movimento. Conseguiu superar a noite de terça que a gente foi pra praça Dom Diniz e assistiu a uma apresentação da Tuna de Medicina, com todos aqueles alunos vestidos de Harry Potter tocando vários instrumentos, de bandolim a violinos, violões, flautas, com letras enaltecendo a Universidade de Coimbra...