As pessoas se formam, passam no teste da OAB, decidem fazer um mestrado e seguem suas vidas, porém os personagens dos enredos mais pitorescos são os mesmos. Cinco membros da turma Ignis boni Iuris foram para Coimbra fazer mestrado (Arthur, Berto Igor, Daniela, Emanuel e Isabella) com a presença ilustre no grupo de Yuri, membro da Ordem do Pentagrama do Poder, da qual fazem parte Arthur e Berto.
Eis que chega ao Aeroporto Internacional de Fortakeza-CE para o embarque, com a (im)pontualidade habitual, Emanuel acompanhado de toda a família. Devia ter umas 5 gerações da família Severino se despedindo do febril gordinho. Isso mesmo, ele estava com febre de 39 graus quando foi pegar o voo. Tranquilo em épocas de gripe suína. Antes de entrar na sala de embarque sua avó pegou em minha mão e disse: "Cuida dele!" Ela devia estar adivinhando...
Imigração em Lisboa, carimbo de passaportes e novo embarque. Conexão pra Porto. O porquê? Não sei... Chegando em Porto pegamos as mil malas. Agora entram em ação os estivadores Berto e Yuri a levar as malas das garotas, que apesar de serem magrinhas têm umas malas bem densas. Do Aeroporto do Porto pegamos metrô (de graça, ufa) até a estação de Campanhã, de lá fomos atrás de passagens de trem (alfa pendular) para Coimbra. Tudo carregando mil malas. Ocorre que para pegar o trem com destino a Coimbra teríamos que atravessar para o outro lado da estação por uma passagem subterrânea. A hora da partida do trem estava próxima. Professor Berto estava a esperar o elevador, quando o Emanuel diz: vamos de escada rolante, é mais rápido. Fui na frente, porque eu queria ver se ligava pro Brasil ainda antes de partir no trem. Desci com minha mala. O Emanuel vinha logo atrás com duas malas proporcionais a seu tamanho, no entanto, ele, cordialmente, deu passagem para três senhoras, uma na casa dos 80 anos, outra na casa dos 70 anos e uma que devia ter uns 50 anos, que alegremente comentavam: "Hoje vamos comer um bacalhau em Braga!!!". Quando cheguei ao andar inferior ouvi um barulho, a cena era a de uma mala gigante descendo a escada rolante como se fosse um escorrega bunda e atingindo as três velhinhas como se fossem pinos de boliche. Strike!!! E eu a assistir tudo ali na minha frente. Saldo: uma mala espatifada na escada rolante e três senhoras que eu ajudava a se levantar juntamente com o segurança da estação, que a princípio parecia querer prender todo mundo ali por tentativa de homicídio a velhinhas apreciadoras de bacalhau. Segundos depois descia o nunca antes tão alvo e assustado Emanuel a pedir desculpas. Depois de socorrer as velhinhas e delas chingarem de todo jeito em um português não entendível por brasileiros, porém de forma elegante, afinal eram senhoras, tinhamos que resolver como levar a espatifada mala do Emanuel e seus pertences que se espalharam. O restante do grupo, que tinha ficado esperando o elevador, já estava se acomodando no trem alfa pendular. Decidimos levar de qualquer jeito. O febril Emanuel foi carregando nos braços como um bebê (bem pesadinho) sua mala quebrada, enquanto eu carregarra a minha, a outra mala dele e um saco da "Vila Romana" com as coisas que o Emanuel nao tinha conseguido enfiar de volta na mala. E lá fomos nós correndo pra não perder o trem bala... Não perdemos.
Quando chegamos em Coimbra foi anunciado na rádio que a mulher de J. J. Canotinho, bem como sua cunhada e sua filha haviam sido atropeladas por uma mala voadora em Porto, mas que já passavam bem...
segunda-feira, 28 de setembro de 2009
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4 comentários:
foi exatamente assim que aconteceu...
eu não tava conseguindo me segurar em pé de tão nervoso, por conta da m... proeza que consegui fazer!
Continue os relatos Arthur! Brilhante.
o melhor comentario sobre o acontecido é "sem comentários"
perfeito!!
Estou de pé vendo uma cena digna de "baseado em fatos reais". O bom é que dá pra fazer diversas experiências desse naipe justamente num ambiente em que não se conhece e hoje dá pra subir o vídeo mais rápido do que se imagina. Merece um Oscar Awards de roteiro bem escrito.
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